Município de São Vendelino-RS
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Relógio do Corpo - Plantas Medicinais

Malva

Malva sylvestris L.

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Características gerais: planta herbácea, bienal ou perene, ereta ou decumbente, ramos com casca fibrosa, de 40-70 cm de altura, nativa da Europa e ocasionalmente cultivada no sul do Brasil. Folha simples, com nervação palmada, de margens lobadas e irregularmente serreadas, revestidas de pelos ásperos, e 7-15 cm de comprimento. Flores vistosas de cor púrpura ou vários tons de róseo, dispostas solitariamente nas axilas foliares. Os frutos são aquênios discoides semelhantes aos das nossas “guanxumas”. Ocorre no Brasil a espécie Malva parviflora L., com característica e nomes populares um tanto semelhante a esta, ocasionalmente, empregada como substituto.

Usos: é cultivada com o ornamental nos países de clima temperado. Entre nós é a mais conhecida como planta medicinal, hábito este comum na Europa desde a antiguidade, quando também servia como hortaliça muito apreciada. Plínio e Dioscórides, na idade média, já indicavam o seu sumo para evitar indisposições, amolecer o ventre e tratar queimaduras e picadas de insetos. Esta planta é uma erva mucilaginosa e levemente adstringente, citada na literatura etnofarmacológica como medicação capaz de suavizar a irritação dos tecidos e reduzir inflamações. Suas folhas, flores e frutos são empregados como infusão no tratamento de bronquite crônica, tosse, asma, enfisema pulmonar e coqueluche, bem como nos casos de colite e constipação intestinal. Em dose excessiva é considerada laxativa. Externamente, na forma de banho localizado, é empregada contra afecções da pele, contusões, furúnculos, abcessos e mordidas de insetos e, na forma de bochechos e gargarejos, contra inflamação e afecção da boca e garganta. Os resultados de ensaio clínico realizado com 120 pacientes com diversas afecções do trato respiratório, principalmente bronquite crônica, classificados como excelentes ou bons, abrangeram 77% dos casos, validando, assim, o seu uso nestas indicações. A análise fitoquímica registrou a presença de 10 a 20% de mucilagem, acompanhada de menores quantidades de caroneto, vitaminas C e do complexo B. As sementes contêm 18 a 25% de proteínas e cerca de 35% de gordura.

Fonte: Plantas medicinais no Brasil: Nativas e Exóticas. Harri Lorenzi & Francisco José de Abreu Matos. 2ª edição. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2008.