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Relógio do Corpo - Plantas Medicinais

Fáfia

Pfaffia paniculata (Mart.) Kuntze

ginseng-brasileiro, fáfia, paratudo, suma

Características gerais: subarbustos de ramos escandentes, de 2-3 m de comprimento, com raízes tuberosas, e outras longas e grossas (ver foto abaixo); é nativa das regiões de clima tropical no Brasil. Folhas simples, membranáceas, glabras, de cor verde mais clara na face inferior, de 4-7 cm de comprimento. Flores esbranquiçadas muito pequenas, dispostas em panículas abertas. Existem pelo menos mais duas espécies do gênero Pfaffia no Brasil com características, composição química, usos e nomes populares semelhantes: Pfaffia glomerata (Spreng.) Pedersen e Pfaffia iresinoides (Kunth) Spreng., frequente na região Norte do país.

Usos: as populações indígenas da Amazônia, que denominam essa planta de paratudo, usam suas raízes há séculos para a cura de uma ampla variedade de males e como tônico geral e rejuvenescedor. Tem sido usado como tônico, afrodisíaco, calmante e contra úlcera pelo menos durante mais de 300 anos pelas populações indígenas da América. Na medicina herbária europeia essa planta é usada para restaurar funções nervosas e glandulares, para balancear o sistema endócrino, para fortalecer o sistema imunológico, contra infertilidade, para problemas menstruais e de menopausa, para minimizar os efeitos colaterais de remédios anticoncepcionais, contra teor alto de colesterol no sangue, para neutralizar toxinas e como tônico geral para situações de convalescenças. Nas Américas, a medicina herbária recomenda suas raízes como tônico regenerativo visando regular vários sistemas do corpo, como um imunoestimulante e para tratar o síndrome de fadiga crônica, hipoglicemia, impotência, artrites, anemia, diabetes, alguns tipos de tumores, mononucleose, hipertensão, menopausa, disfunções hormonais e de estresse de diferentes origens. Seu chá é recomendado contra o cansaço físico e psíquico e, como ativador da formação de leucócitos e hemácias do sangue, preparado adicionando-se água fervente em uma xícara média contendo uma colher das de sobremesa da raiz fatiada, para ser bebida duas vezes ao dia. Recentemente essa planta foi chamada de “segredo russo” porque foi utilizada pelos atletas olímpicos russos para aumentar a massa muscular e resistência física promovida pela beta-ecdisterona, substâncias de propriedade anabólica sem os efeitos colaterais dos esteroides sintéticos. Sua raíz, extremamente rica em substâncias nutritivas, contém 19 tipos diferentes de aminoácidos, um grande número de eletrólitos, traços de minerais como ferro, magnésio, cobalto, sílica, zinco e vitamina A, B-1, B-2, E, K e ácido pantotênico (vitamina P). Contém ainda 11% de saponinas, glicosídeos e nortriterpenos. As saponinas do grupo pfaffosídeos e o ácido pfáffico, ambos encontrados nas raízes desta planta foram patenteados pelos japoneses por ter sido provado clinicamente sua eficácia na inibição de culturas de células com tumores de melanoma e na regulagem do nível de açúcar do sangue. Várias outras patentes já foram também registradas por empresas americanas sobre outros compostos extraídos de suas raízes.

Fonte: Plantas medicinais no Brasil: Nativas e Exóticas. Harri Lorenzi & Francisco José de Abreu Matos. 2ª edição. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2008.