Município de São Vendelino-RS
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Relógio do Corpo - Plantas Medicinais

Erva-baleeira

Varronia verbenacea (DC.) Borhidi

catinga-de-barão, córdia, erva-baleeira, erva-balieira, balieira-cambará, erva-preta, maria- milagrosa, maria-preta, salicinia, catinga-preta, maria-rezadeira, camarinha, camaramoneira- do-brejo

Características gerais: arbusto ereto, muito ramificado, aromático, com a extremidade dos ramos um tanto pendente e hastes revestidas por casca fibrosa, de 1,5-2,5 m de altura, nativo de quase todo o Brasil, principalmente em áreas abertas da orla litorânea. Folhas simples, alternas, coriáceas, aromáticas, de 5-9 cm de comprimento. Flores pequenas, brancas, dispostas em inflorescências racemosas terminais de 10-15 cm de comprimento. Os frutos são cariopses esféricas. Esta planta foi erroneamente apresentada como Cordia curassavica ( Jacq.) Roem. & Schult. no livro “Plantas Daninhas do Brasil – 3 a edição” do autor Harri Lorenzi.

Usos: planta de crescimento vigoroso, cresce espontaneamente em toda a costa brasileira em áreas abertas de pastagens, beira de estrada e terrenos baldios, onde é considerada a planta daninha. É amplamente utilizada na medicina caseira, principalmente nas regiões litorâneas do Sudeste e Leste, onde é considerada anti-inflamatória, antiartrítica, analgésica, tônica e antiulcerogênica. Para reumatismo, artrite reumatoide, gota, dores musculares e da coluna, prostatites, nevralgias e contusões, é recomendado o seu chá, preparado adicionando-se água fervente em 1 xícara (chá) contendo 1 colher (sopa) de folhas picadas, na dose de 1 xícara (chá) 1 a 3 vezes ao dia. O chá de suas folhas é empregado também para cicatrização de feridas externas e para úlceras. Os pescadores da região litorânea a utilizam com frequência para a cura de ferimentos causados por espetada de peixes. Estudos farmacológicos já tem validado várias propriedades atribuídas a esta planta pela medicina tradicional. Num estudo com ratos, o extrato etanólico a 70% de suas folhas, em administração oral na dose de 1,24 g/kg de peso corporal inibido significativamente um edema provocado. Em doses anti- inflamatórias o extrato mostrou um efeito protetivo importante da mucosa gástrica, reduzindo significativamente o número de lesões. A substância “artemetina” isolada desta planta mostrou significativa atividade anti-inflamatória sobre ratos em vários modelos experimentais. Sua forte atividade anti-inflamatória foi novamente demonstrada por Sertié et. al em mais dois experimentos realizados no Brasil utilizando respectivamente o extrato folhas e a substâncias artemetina isolada das mesmas. Análises fitoquímicas com esta planta revelaram a presença de dois flavanoides e dois novos triterpenos, além da artemetina, como substâncias ativas. Dois flavanoides e dois novos triterpenos, além da artemetina, como substâncias ativas.

Fonte: Plantas medicinais no Brasil: Nativas e Exóticas. Harri Lorenzi & Francisco José de Abreu Matos. 2ª edição. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2008.