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Relógio do Corpo - Plantas Medicinais

Cavalinha

Equisetum giganteum L.

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Características gerais: Subarbusto ereto, perene, rizomatoso, com haste de cor verde, oca e monopodial, com numerosos ramos que partem dos nós dos verticilos, de textura áspera ao tato pela presença de silício em sua epiderme, de 80-160 cm de altura. As folhas são verticiladas e reduzidas a pecíolos soldados que formam uma bainha membranácea. A haste fértil tem no ápice uma espiga oblonga e escura que contém muita grande quantidade de esporos. Multiplica-se tanto por rizomas como por esporos. É nativo de áreas pantanosas de quase todo Brasil, sendo frequentemente cultivada com fins ornamentais em lagos decorativos e áreas brejosas, mas por ser agressivo e persistente, deve ser contido para evitar que escape se transforme em uma planta daninha. É considerado tóxico ao gado vacum, devido à presença de grande quantidade de sílica em seus tecidos (até 13%), o que causa diarreias sanguinolentas, aborto e fraqueza nos animais e justifica o nome de lixa-vegetal. Já os cavalos não são afetados. Outras espécies americanas - Equisetum martii e Equisetum hyemale e a espécie europeia Equisetum arvensis, tem características e usos semelhantes.

Usos: cresce espontaneamente com muito vigor em solos agrícolas e outras áreas sob distúrbios nas regiões Sul e Sudeste do Brasil durante inverno e primavera, onde é considerada “planta daninha”. Suas folhas são consumidas como saladas em algumas religiões. As flores são melíferas. Essa planta é usada na medicina tradicional desde tempos remotos na Europa. No Brasil é considerada diurética potente, sendo empregadas suas folhas, raízes e capítulos florais, para dores reumáticas, diabetes, inapetência, afecção da pele, hepáticas e biliares, prisão de ventre e astenia. Para distúrbios de função digestiva (estomacal, hepática, biliar, intestinal e prisão de ventre) e como diurético, é recomendado seu extrato alcoólico, preparado amassando-se em pilão 2 colheres (sopa) de raízes e folhas picadas e deixando-se em repouso por 3 dias em 1 xícara (chá) de álcool de cereais a 75%, administrando 1 colher (chá) diluído em um pouco de água antes das principais refeições. Recomenda-se ainda em uso externo para afecções de pele do rosto (pruridos, eczemas, escamações, vermelhidão) e irritação dos olhos, o seu chá, preparado com 1 colher (sopa) de raízes picadas em 1 xícara (chá) de água em fervura por 5 minutos e adicionando-se 1 colher (sobremesa) de mel após esfriar e coar. Na sua composição química destaca-se a presença de óleo-resina, alcaloides (taraxina), taninos, carotenoides, colina, fitoesterol, sais minerais (principalmente potássio) e princípio amargo (taraxicina).

Fonte: Plantas medicinais no Brasil: Nativas e Exóticas. Harri Lorenzi & Francisco José de Abreu Matos. 2ª edição. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2008.